quarta-feira, 21 de março de 2012

ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES DE BARRA DO RIACHO CRITICA O DESCASO COM O RIO RIACHO

“Fibria doa viatura à polícia para tentar
silenciar comunidade em Barra do Riacho” Flavia Bernardes

“A doação de uma viatura à Polícia Militar pela Aracruz Celulose (Fibria), nesta quinta-feira (15), em Barra do Riacho, município de Aracruz, foi marcada por uma forte reação da comunidade pesqueira da região. Segundo os pescadores, a empresa ocupou a área de pesca, represou, assoreou e agora quer ocupar a única praia da região com a expansão do Portocel II.

Segundo os pescadores, a doação da empresa faz parte do projeto “Engajamento da Barra do Riacho”, mantido pela empresa, na tentativa de calar a população sobre os impactos que serão gerados na região da Praia da Conchinha, onde a empresa quer ampliar o seu porto.

“Nós não aceitamos esmolas. Sabemos que a intenção deste ato é a de tapar os ouvidos do poder público para as reclamações dos moradores e pescadores da região. Uma vez que o Rio Riacho está altamente degradado por suas atividades. A Aracruz quer ocupar a praia e sabe bem os impactos que isso irá gerar”, disse Sebastião Buteri, presidente da Associação de Pescadores da Barra do Riacho. 

Os pescadores explicam que a região da Barra do Riacho está sendo tomada por grandes empreendimentos. “Primeiro a Aracruz Celulose roubou água, assoreando o rio; em seguida, o Portocel I criou uma área onde não podemos navegar, pois é intenso o tráfego de embarcações na região. Depois veio a Jurong com seu estaleiro em área de relevante importância ambiental e agora a Aracruz, novamente, querendo ocupar também a Praia da Conchinha, única área de lazer natural da região e refúgio dos barcos de pescadores”. 
Com carro de som e cartazes, os pescadores chamaram a atenção durante a solenidade de entrega da viatura à PM ao alertarem para o perigo gerado pelo assoreamento do rio, que impede os pescadores de saírem para o mar.  E, mesmo pedindo força policial, representantes da Fibria foram obrigados a ouvir, que além do rio, o ar e a terra da região também foram poluídos devido ao descaso da empresa com os moradores da região.

Os pescadores sofrem há dez anos com a subtração de água do Rio Riacho, que é desviada pela Aracruz Celulose para abastecer suas indústrias, deixando os pescadores até 30 dias sem poderem sair com os seus barcos para o mar. 
Com um histórico de sofrimento com os impactos ambientais na região, eles reclamam que as indústrias se instalam sem diálogo e vão oprimindo as comunidades tradicionais a qualquer custo.”

FONTE: http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=54792

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